O destino de férias escolhido para as férias de verão em 2023 foi a Finlândia, essencialmente por duas razões: a enorme vontade em conhecer este belíssimo país nórdico e, não menos importante, a possibilidade de poder acompanhar o mundialmente famoso Secto Rally Finland, prova a contar para o campeonato do mundo da modalidade, da qual o meu marido e filho mais velho são acérrimos fãs!
O meio de transporte foi o habitual, a autocaravana, que nos proporcionou todas as comodidades, conforto e flexibilidade necessários ao longo de duas semanas. O aluguer foi realizado junto de uma empresa local, a Uudenmaan AAvuokraus Oy (aavuokraus.fi), localizada em Jarvenpää, a escassos minutos de comboio a norte do aeroporto de Helsíquia, e os voos, uma vez mais, ficaram a cargo da KLM, com quem já voamos no passado e da qual guardamos as melhores referências, com partida do Porto e escala em Amesterdão.
A definição do roteiro de viagem foi, naturalmente, um pouco condicionada pela data de realização do Rally, entre os dias 2 e 6 de agosto. Com o "epicentro" na cidade de Jyväskylä, a capital da região central da Finlândia, era ali que queríamos estar nesses primeiros dias, deixando o restante período de férias para descobrir parte deste enorme país. No total foram 2500 os quilómetros percorridos, partindo de Järvenpää e visitando Hämeenlinna, Jyväskylä, Kuopio, Joensuu, Savonlinna, Imatra, Mikkeli, Porvoo, Hensínquia e Turku. O acompanhamento do Rally ao longo de todos os dias de prova obrigou à realização de várias centenas de quilómetros, não incluídos no roteiro, daí a diferença entre a distância apresentado na imagem e aquela que, efetivamente, foi concretizada.
Dia 1. Aeroporto de Helsínquia; Järvenpää; Hämeenlinna
Partimos do Porto às 5h, basicamente abrimos a pista nesse dia. Descolamos on-time, fizemos um escala muito breve, em Amesterdão, e aterramos em Helsínquia, pelas 13h30, hora local (+2 horas que em Portugal continental). Ainda dentro do aeroporto, descemos à linha de metro / comboio e rumamos em direção a Haarajoki, onde nos foi entregue a autocaravana. Viagem curta, confortável, em composições modernas. Bilhética adquirida através de App, descarregada de véspera. Tudo simples e funcional!
Foi-nos entregue exatamente o modelo que havíamos escolhido, uma Carado A461, com capacidade para 6 pessoas. É um modelo que conhecemos muito bem, e que se serve perfeitamente as nossas necessidades. Depois de uma breve introdução ao funcionamento da autocaravana, e tratadas as burocracias, arrancámos em direção a Hämeenlinna, o destino onde iríamos pernoitar. Pelo meio, uma demorada paragem no Lidl, para nos abastecermos de alguns produtos. A demora prendeu-se, naturalmente, com a dificuldade em perceber o que estaríamos a comprar, uma vez que não há rótulos em inglês, apenas finlandês e sueco. Uma aventura!!
A viagem até ao destino decorreu normalmente, debaixo de alguma chuva. Estacionamos num parque de estacionamento circundante ao Castelo, devidamente autorizado para autocaravanas, e ali dormimos, com muita tranquilidade.
Dia 2. Castelo de Hämeenlinna; Jyväskylä
Acordamos bem cedo e, ainda antes do pequeno almoço, movemos a autocaravana para outro parque, uma vez que o tempo máximo de permissão (12h) estava a esgotar-se. Reservámos a manhã para visitar o Castelo de Hämeenlinna, o primeiro de três que haveríamos de conhecer. Na realidade são tantos quantos existem na Finlândia!
Ainda antes da abertura de portas do Castelo, aproveitamos para fazer uma breve caminhada junto ao mesmo, nas margens do lago Vanaja. Para além de uma zona pedonal bem cuidada, nas proximidades do Castelo de Häme existe um enorme museu militar e uma prisão, entretanto convertida em museu. Optámos por visitar apenas o Castelo, dado que ainda queríamos chegar a Jyväskylä durante a tarde.
O Castelo de Hämeenlinnä é uma fortaleza medieval militar do séc. XIII, construída para albergar a nobreza sueca, na fronteira entre o a Suécia e Novgorod. Recebeu, ao longo dos séculos, diversas melhorias no que respeita à capacidade militar, mas a sua importância foi sendo cada vez menor, à medida que o interesse estratégico da coroa sueca noutras regiões foi aumentando. No início do século XVIII foi disputado e conquistado pelo império Russo, durante a Grande Guerra do Norte, regressando às mãos da coroa Sueca na segunda metade do mesmo século. Serviu, ainda, de prisão até meados do séc.XX, altura em que foi restaurado. A abertura ao público aconteceu em 1979.
O primeiro dia ficou marcado pela cerimónia de abertura do evento, com direito a espetáculo de coreografia aérea protagonizada pelos Midnight Hawks, da Força Aérea da Finlândia, seguido da apresentação individual dos pilotos, navegadores e respetivos carros. A cerimónia juntou um aglomerado substancial de pessoas, sobretudo pela presença de vários pilotos finlandeses.
O regresso à autocaravana foi já tardio. Havíamos reservado uma noite num parque de campismo a cerca de 20 km de Jyväskylä, o Riihivuoren Lomakylä, pela proximidade deste ao local de realização do Shakedown, uma espécie de treino de adaptação às condições dos troços, que teria lugar no dia seguinte, bem cedo pela manhã, na localidade de Rannankylä.
O parque de campismo, embora localizado no topo de uma estância de ski, gozando, por isso, de uma vista privilegiada, não nos pareceu à altura das nossas expectativas. Para além da zona de serviços ficar demasiado distante do local de aparcamento (apenas 3 lugares disponíveis junto aos serviços, já ocupados), havia apenas um balneário, com dois chuveiros, junto a uma sauna minúscula, nenhum local para despejo de águas sujas (indispensável para quem viaja de autocaravana) e sinaléticas apenas em finlandês. O valor cobrado foi 50 eur, em linha com o preço médio no país, nesta altura do ano. No entanto, a noite foi muito tranquila.
Dia 3. Rannankylä; SS1 Harju (Jyväskylä)
Bem cedo pela manha arrancámos em direção a Rannankylä. Escolhemos a zona espetáculo perto do final do troço, pela fácil acessibilidade e disponibilidade de parque de estacionamento. Foi incrivelmente fácil aceder ao local e aparcar com toda a tranquilidade.
Depois de um período de repouso na autocaravana, dirigimo-nos, então, a Harju, para mais ação, e para o primeiro banho de multidão. O espetáculo esteve à altura!!!
O dia já ia longo, e o cansaço após tanta caminhada já era notório. Mas ainda tínhamos cerca de 70 km pela frente, pois quisemos jogar sempre pela antecipação e acordar já no local onde o rally iria passar no dia seguinte. Assim, rumamos até Myhinpää.
Em Myhinpää ficamos aparcados a apenas 5 minutos do troço, na berma de uma estrada de gravilha bastante larga, próximos de um lago. Esta zona espetáculo não tinha parque de estacionamento com pernoita autorizada, pelo que fizemos o que nos pareceu mais lógico. Poderíamos ter procurado outros locais, ao longo do troço, mas a hora ia já muito adiantada, pelo que ficamos logo ali.
Dia 4. SS4 / SS8 Myhinpää
Dia 5. SS12 / SS16 Päijälä
Nesta localização, como em grande parte do rally da Finlândia, os carros percorrem troços bastante rápidos e, por vezes, estreitos, por entre floresta densa e lagos incontáveis! A natureza acaba, também, por desempenhar um papel importante neste evento, presenteando todos os espetadores com cenários de grande beleza! Pinheiros, bétulas e abetos preenchem cerca de 70% do território finlandês, e por isso são considerados um dos maiores patrimónios do país.
A manhã, aqui e ali regada por alguns aguaceiros, foi plena de ação! O local escolhido, com vista para um encadeamento de curva e contracurva, revelou-se uma escolha acertada, sobretudo pelo espetáculo proporcionado, mas, também, pelos acidentes (sem consequências físicas, felizmente) que aí ocorreram! Para além dos concorrentes inscritos no Secto Rally Finland, prova a contar para o campeonato do mundo, também decorreu, neste troço, parte do rally nacional de vetomies, ou seja, os veteranos ou velhas guardas, que proporcionaram um espetáculo à parte, com várias saídas de estrada e acidentes aparatosos!!
A tarde foi solarenga, com céu aberto e algum calor. Procuramos um outro local para assistir à segunda passagem, na sombra das árvores, com vista para duas curvas em alta velocidade, que fizeram as delícias do meu marido e filho mais velho!
O sábado estava terminado, havia que preparar o domingo. O nosso destino seria Himos-Jämsä, a pouco mais de 50 km de distância, e local de passagem das especiais 20 e 22, sendo esta última a derradeira do evento, a designada power stage (atribui bonificação de pontos aos 5 concorrentes mais rápidos). Himos acolhe um resort de ski de enorme dimensão, bem como outras infraestruturas dedicadas ao turismo, sendo esta zona muito frequentada para lazer.
Chegados às proximidades do troço deparamo-nos com um parque de estacionamento bastante amplo, que servia de apoio a duas zonas espetáculo não muito distantes entre si. No entanto, dada a inclinação do terreno e às caraterísticas do mesmo, declinamos essa possibilidade. Sem hipótese de ali colocar a autocaravana num local plano, pré-requisito fundamental, optámos por progredir um pouco mais na estrada, em direção ao troço, e acertámos em cheio. Estavam já algumas autocaravanas estacionadas na berma da estrada, num local sem saída, e à nossa espera tínhamos oito metros de espaço entre a última autocaravana e a sinalética que estabelecia o perímetro de segurança, colocada pela organização. Nem 100 metros nos separavam do troço!
Dia 6. SS20 / SS22 Himos-Jämsä; Struve Geodetic Arc; Petäjävesi Old Church
Confortavelmente instalados em local com vista para o troço, acordamos para um dia de sol maravilhoso! Assistimos à primeira passagem logo ali, numa curva de 90º precedida de forte travagem.
Na segunda passagem, a power stage, decidimos mudar de localização e avançar para outra zona espetáculo, no meio da floresta, por entre árvores e mirtilos selvagens a perder de vista, e em local ligeiramente sobranceiro ao troço. A distância para os carros era de apenas um par de metros! Foi incrível!!!
Terminava, assim, esta primeira etapa da nossa viagem. A título de curiosidade, a vitória do rally sorriu à dupla britânica Elfyn Evans / Scott Martin, da Toyota Gazzoo Racing WRT. Foi um evento extremamente bem organizado, com excelentes condições de acesso aos troços, parques de estacionamento amplos e bem localizados, zonas espetáculo bem desenhadas, etc. Foram 5 dias intensos e muito longos, mas estávamos muito animados com o muito tempo que ainda tínhamos pela frente.
Nessa mesma tarde continuamos a nossa viagem, desta feita rumo à cidade de Koupio. Um pouco antes de Jyväskilä fizemos dois pequenos desvios para visitar dois locais únicos, a torre de triangulação de Oravivuori, que integra o Struve Geodetic Arc, e a Igreja Antiga de Petäjävesi, ambos património mundial da UNESCO.
O Struve Geodetic Arc é uma cadeia de pontos de triangulação, que se estende desde Hammerfest, na Noruega, até ao Mar Negro, ao longo de 10 países e cerca de 2820 km. Estes pontos foram usados, entre 1816 e 1855, pelo astrónomo Friedrich Georg Wilhelm Struve, e serviram para representar os primeiros locais exatos de medição ao longo de um meridiano, o que ajudou a estabelecer a forma e medidas exatas do nosso planeta. É um exemplo extraordinário de colaboração entre cientistas de diferentes nacionalidades e um marco histórico no desenvolvimento das ciências da terra e mapeamento topográfico.
A torre de triangulação de Oravivuori está localizada no interior de um bosque denso. O acesso à torre é feito através de um trilho bem definido e sinalizado, cuja extensão não demora mais que 30 minutos a percorrer (para cada lado). A ida, embora maioritariamente a subir, não requer grandes cuidados, mas é imprópria para pessoas com mobilidade reduzida. Lá no topo, além do ponto de triangulação, assinalado por um pequeno marco de cimento, existe uma torre de observação em madeira, com vistas absolutamente deslumbrantes para a floresta e a imensidão de água envolvente.
Depois desta bela caminhada, seguimos para Petäjävesi, a cerca de uma hora de distância (52 km), ao longo de muitos e muitos quilómetros em estradas de gravilha, por entre florestas e explorações agrícolas. Estávamos com bastante curiosidade para ver a Igreja Antiga de Petäjävesi, um edifício integralmente construído em madeira, entre os anos de 1763 e 1765, e que ainda hoje preserva toda a sua originalidade. É considerada um dos melhores exemplos da arquitetura nórdica.
A igreja pertenceu à congregação de Jämsä, na altura sob domínio da coroa sueca. A sua construção foi autorizada devido à enorme distância entre aquele local e a paróquia luterana de Petäjävesi, e a sua utilização caiu em desuso em 1879, quando foi construída uma nova igreja. Os trabalhos de restauro e conservação tiveram início em 1920, encontrando-se atualmente aberta ao público durante os meses de verão. Encontra-se situada junto ao lago Jämsänvesi, ladeada por um cemitério e delimitada por uma vedação de madeira. Como se trata de um local classificado, não são permitidas alterações, como a instalação de um sistema de aquecimento, pelo que a sua abertura ocorre apenas durante os meses mais quentes. A igreja é absolutamente surreal, única, e a visita altamente recomendada! As fotos falam por si.
A visita terminou por volta das 19h. Para o final do dia reservamos a viagem até Kuopio, concretamente até ao Rauhalahti Holiday Center. Foram 180 km de estrada por entre lagos e densa floresta, a paisagem dominante da Finlândia.
Dia 7. Puijo Tower (Kuopio); Päiväranta
A manhã foi aproveitada para retemperar um pouco as energias, depois de 5 dias intensos. O Rauhalahti Holiday Center é um enorme resort turístico, de 5 estrelas, dotado de áreas dedicadas ao campismo e caravanismo/ autocaravanismo e, também, de unidades individuais de alojamento. Possui todo o tipo de serviços de apoio ao campista, praias, saunas, trilhos para caminhar por entre a floresta e vários equipamentos para prática desportiva.
Após o pequeno almoço fizemos uma caminhada por entre o trilho da floresta, rodeado pelos lagos Kallavesi e Kivilampi e, assim, aproveitar o excelente dia de sol. Apesar das muitas pessoas hospedadas, a sensação de calma e tranquilidade absolutas reina. Por vezes dava a sensação de estarmos sozinhos. Esta é, aliás, uma imagem de marca deste país!
Depois de uma visita ao Lidl e breve pausa para almoço, dirigimo-nos a um dos ex-libris da cidade de Kuopio, a Torre de Puijo. Localizada no topo da colina de Puijo, ao lado de um imponente complexo de pistas de salto de ski, esta torre de observação é um importante marco histórico da cidade. O acesso à torre foi realizado através das cadeiras elevatórias do complexo de pistas, em funcionamento durante o verão apenas com esse propósito. A viagem vale pelas vistas panorâmicas e é totalmente gratuita.
O atual edifício é já a terceira torre aqui erigida, tendo sido finalizada em 1963. A primeira construção, em madeira, ocorreu em 1856, e a segunda em 1900. Alberga, no topo, um restaurante panorâmico e, um pouco mais acima, um balcão com vista de 360º sobre a cidade de Kuopio e o lago Kallavesi. O acesso é pago e é feito através de ascensor. Lá em cima o cenário é impressionante!! Atendendo às particularidades do território finlandês, nada melhor que este tipo de torres de observação para conseguirmos perceber todo o enquadramento natural que nos rodeia!
Finalizada a visita, iniciamos a nossa viagem em direção ao Parque Nacional de Koli, a norte da cidade de Joensuu. Trata-se de uma paisagem protegida, com cerca de 30 km quadrados de área e 80 km de trilhos, situada na margem oeste do lago Pielinen, famosa pelos seus picos montanhosos. Foi necessário, no entanto, realizar uma pequena paragem técnica, em Päiväranta, à saída da cidade de Kuopio, para lavar a muita roupa que se acumulou ao longo de quase uma semana. Experimentamos uma loja self-service da cadeia 24 Pesula, e ficamos fãs. Máquinas de lavar e secar bastante rápidas, detergente incluído e pagamento com cartão de crédito. Em cerca de 90 minutos resolvemos a questão.
De volta à estrada, continuamos rumo a Koli. Ainda antes de anoitecer decidimos aparcar num parque de estacionamento localizado no sopé da montanha, a poucos quilómetros do Koli Nature Centre Ukko. No local já se encontrava outra autocaravana e, posteriormente, uma mão cheia de outras se juntaram.
Dia 8. Koli National Park; Joensuu Bunker Museum; Savonlinna
Abençoados por mais um esplêndido dia de sol, quisemos aproximar-nos do centro de interpretação do Parque Nacional de Koli. Deixamos o local de pernoita e estacionamos junto ao funicular, que utilizamos para aceder ao centro. Aí, iniciamos uma caminhada ao longo de um trilho muito bem cuidado e sinalizado, com o objetivo de observarmos, in loco, a mais conhecida paisagem nacional da Finlândia!! Ao longo de um trilho com pouco menos de 2 km, o Huippujen Kierros Trail, fomos presenteados com 3 cumes - Akka Koli, Paha Koli e, o mais alto, Ukko Koli - e vistas absolutamente deslumbrantes sobre o lago Pielinen e o rendilhado de ilhas que pontificam toda uma enorme massa de água doce!! Algo a não perder!!
Depois de uma caminhada tão inspiradora, continuamos a nossa viagem, agora para sul, rumo a Savonlinna, bem no coração da região do lago Saimaa, o maior de toda a Finlândia e o quinto maior da Europa. A rota incluiu uma passagem pelos arredores de Joensuu, onde efetuamos uma visita a um museu ao ar livre, o Joensuu Bunker Museum. Trata-se de um conjunto de estruturas militares integrantes da maior construção jamais levada a cabo na Finlândia, entre 1940 e 1944, a Salpa Defence Line. Esta barreira de defesa, com cerca de 1200 km de extensão, constituída por trincheiras, bunkers e outros obstáculos, estendia-se desde o golfo da Finlândia até à Lapónia, e foi construída para servir de defesa contra as intenções de avanço Russo. Esta extensa estrutura nunca chegou a ser utilizada em combate, mas a sua importância foi reconhecida nas diversas conferências de paz. Neste museu é possível observar várias trincheiras, dois bunkers (infelizmente fechados nesta altura do ano) e várias outras estruturas de apoio ao combate. A visita é muito interessante, e é gratuita.
O dia terminou na pitoresca cidade de Savonlinna, de uma forma épica! Era nossa intenção fazer um cruzeiro no lago Saimaa, a bordo de um barco a vapor histórico, o S/S Punkaharju. Datado de 1905, é dos mais antigos barcos a vapor ainda em operação.
Com alguma sorte, conseguimos estacionar a autocaravana em frente ao cais, a escassos metros do barco. Ainda antes de embarcar, o que aconteceu pelas 19h, tivemos algum tempo para passear junto às margens do lago e, assim, absorver um pouco do ambiente de Savonlinna.
O barco arrancou à hora marcada, sinalizando o momento com um sinal sonoro que nos transporta para outro momento e lugar na história. Para nosso espanto, a embarcação estava praticamente por nossa conta. Além de nós os cinco, apenas mais 2 ou 3 pessoas, para um total de 75 lugares. Ao longo de 2 horas navegamos em águas calmas, por entre ilhas e cenários belíssimos. Do topo do convés é possível ter uma vista desafogada de toda a envolvência natural e, qual cereja no topo do bolo, do incrivelmente preservado Castelo de Olanvilinna! O barco, em si mesmo, é um pedaço de história, preservando todo o aspeto da época em que foi contruído. Sem dúvida, um dos grandes momentos da nossa viagem!
De regresso à autocaravana, pesquisamos a melhor opção para pernoita (park4night.com), tendo a nossa escolha recaído sobre o parque de estacionamento em frente à piscina municipal, a escassos metros do lago. Um local muito tranquilo para uma noite de sono retemperante.
Dia 9. Castelo de Olavinlinna; Imatra (rápidos de Imatrankoski)
A manhã foi inteiramente dedicada ao Castelo de Olavinllina. Trata-se de uma poderosa fortificação, construída em 1475, sob ordens de Erik Axelsson Tott, um regente da coroa Sueca, com o objetivo de proteger a região estratégica da Savónia dos ataques Russos, vindos de leste. A visita aborda todos os momentos importantes da vida do castelo, e permite perceber como seriam as difíceis condições de vida no seu interior, sobretudo durante os meses mais frios. A visita guiada (recomendável) teve a duração aproximada de 1 hora, embora, para conhecer o monumento na sua totalidade, tenhamos necessitado do dobro do tempo.
O Castelo de Olavinlinna está localizado num lago, e a entrada no mesmo é efetuada através de uma ponte móvel. É um edifício bem preservado, cheio de detalhes e muita história, enquadrado num local de enorme beleza, portanto, a não perder!
O calor "apertava", e a vontade de uns mergulhos começou a instalar-se. Não muito longe do castelo, a cerca de 3 km, encontramos a praia de Heikinpohja, dotada de um pequeno areal, cabines para troca de roupa e, ao largo, uma fabulosa plataforma flutuante com duas pranchas para mergulho, que fez as delicias de miúdos e graúdos!
Após o almoço voltamos à estrada, agora com destino a Imatra, já bem perto da fronteira com a Federação Russa. A viagem, de cerca de 124 km, foi tranquila, uma vez mais na companhia de vasta floresta e inúmeros lagos. Com a aproximação a Imatra, foi motivo de conversa o mútuo lamento pelo atual conflito armado que decorre entre a Rússia e a Ucrânia, e as consequências que isso trouxe, também, na relação entre estes dois vizinhos, a Rússia e a Finlândia. Que bom teria sido cruzar a fronteira, com São Petersburgo ali tão perto. Enfim, triste.
Imatra é um pequeno município localizado no sudeste do país, na confluência entre o lago Saimaa e o Rio Vouksi, a escassos 7 km da cidade Russa de Svetogorsk. Trata-se de uma cidade com grande presença industrial, no entanto não foi este o motivo que nos levou até lá. Foram, sim, os rápidos de Imatrankoski.
Os rápidos de Imatra - Imatrankoski - foram uma das principais atrações turísticas da Finlândia e da Europa, no final do século XVIII, e são, hoje, parte constituinte das Paisagens Nacionais da Finlândia. Os rápidos tiveram a sua origem durante a última era glaciar, quando a elevação do solo, após o degelo, e a pressão das águas do lago Saimaa, romperam a cordilheira de Salpauselkä. Em 1929, porém, os rápidos perderam o seu esplendor natural, depois de aí ter sido construída a maior central hidroelétrica da Finlândia. O bloqueio, no entanto, não é definitivo. Em determinadas alturas do ano é possível voltar a observar todo o fulgor de Imatrankoski, por um curto espaço de tempo, durante a abertura parcial das comportas da barragem. Estas sessões ocorrem diariamente nos meses de verão e, também, em datas especiais.
A observação do fenómeno atrai uma pequena multidão, que preenche pontos estratégicos nas margens do rio, bem como a ponte sobre o mesmo. Para assegurar que tudo decorre em condições de máxima segurança, o trânsito sobre a ponte é cortado durante o evento. Às 18h dá-se o início do espetáculo, com a abertura das comportas e o rápido enchimento do leito rochoso do rio. Para tornar o momento mais especial, a descida das águas faz-se acompanhar de música de Jean Sibelius, o maior compositor de música erudita da Finlândia. Épico!!! A título de curiosidade, a música entoada é Alla Marcia, Karelia Suite.
O show tem a duração de 16 min. Os rápidos revelam a sua máxima pujança por volta do oitavo minuto, altura em que é possível perceber todo o encanto granjeado ao longo do tempo! É um momento espetacular!!!
A noite foi passada junto da central hidroelétrica, a escassos minutos do centro de Imatra, em pleno Kruunupuisto, o mais antigo parque natural da Finlândia. Trata-se de um pequeno parque, com alguns trilhos, que se estende ao logo das margens do rio Vuoksi, com locais de observação espetaculares sobre o leito rochoso do rio.
Dia 10. Estrada 62 (de Ruokolahti a Mikkeli); Verla Groundwood and Board Mill
Ao décimo dia de viagem planeamos visitar mais um local repleto de história, a antiga fábrica de processamento de madeira e cartão de Verla, classsificada, desde 1996, como património da humanidade da UNESCO. Mas quisemos percorrer o caminho mais longo, via estrada 62. Trata-se da estrada que liga Ruokolahti a Mikkeli, considerada umas das mais belas do país!
Assim, pela manhã, iniciamos a nossa viagem. Foram cerca de 140 km de densa floresta e belas panorâmicas sobre os lagos, atingindo contornos de maior espetacularidade na região de Puumala, onde a estrada serpenteia de ilha em ilha, por entre extensões infindáveis de água! Pelo meio, tempo para uma paragem estratégica para esticar as pernas, contemplar a paisagem e saborear um delicioso gelado finlandês!
Ao longo da viagem, o sol foi sendo encoberto por algumas nuvens e alguma chuva. A visita a Verla, porém, não sofreu grande condicionamento. Além de todo um vasto património existente na área exterior do complexo da fábrica, a maior riqueza deste museu reside no interior do complexo. A Verla Groundwood and Board Mill, bem como todos os edifícios de suporte, são um dos melhores exemplos da indústria rural de polpa de madeira e cartão, em pequena escala, que floresceu no séc. XIX e início do séc. XX, no norte da Europa. O moinho, construído junto aos rápidos de Verlankoski, tem sido o coração de Verla, desde o ano de 1870, primeiro como fábrica e, desde 1972, como museu. Inicialmente construído em madeira, foi reconstruído, em 1874, com materiais resistentes ao fogo, na sequência de um incêndio que destruiu o edifício original, adquirindo o aspeto que atualmente podemos observar. É o único local classificado pela UNESCO diretamente relacionado com a indústria da madeira.
O principal produto da fábrica de Verla foi o cartão branco, obtido através da polpa de Abeto, produzido em diferentes espessuras. Era utilizado para variados tipos de embalagem, como caixas para cigarros, doçaria e calçado, bem como para uso por livreiros e escolas. Os produtos eram exportados para diversos pontos do globo.
Integramos uma visita guiada, em inglês, para conhecer a fábrica. No interior tudo está imaculadamente preservado, como se a fábrica tivesse parado de laborar naquele preciso instante! Somos conduzidos ao longo das diversas áreas de fabrico, com explicação detalhada de todo o processo, desde a entrada dos troncos de madeira até à produção de placas de cartão de várias espessuras. Verla conta a história de várias gerações de trabalhadores, e da importância que esta unidade industrial teve para a prosperidade desta pequena comunidade. Uma dessas histórias é a de Maria Mattson, que dedicou mais de 50 anos da sua vida a esta fábrica, cuja carreira é celebrada pelo desgaste gravado no chão de madeira no seu posto de trabalho.
No exterior, além de cuidados jardins, são vários os edifícios de apoio, desde residências dos trabalhadores, armazéns, oficinas, etc. A casa do patrono da fábrica, logo à entrada do complexo, é um dos bons exemplos da arquitetura da época. A sua cor exclusiva, em contraponto com a cor dominante dos restantes edifícios, colocava um forte ênfase na beleza das suas formas. São, ainda, visíveis, na área exterior ao complexo, pinturas rupestres, com cerca de 7 mil anos, diretamente sobre um aglomerado rochoso.
Finda esta fantástica visita, foi tempo de rumar ligeiramente a norte, concretamente até ao Parque Nacional de Repovesi, a 44 km de distância. À chegada ao parque de estacionamento, à entrada do parque, estariam umas duas dezenas de autocaravanas aparcadas, bem como um número considerável de automóveis, uma vez que Repovesi é um local muito procurado para caminhadas e para campismo.
Dia 11. Parque Natural de Repovesi; Porvoo
Acordamos com mais um dia repleto de sol, prontos para conhecer este tão procurado parque. Outrora um local de silvicultura comercial intensiva, Repovesi é, desde 2001, a maior área protegida da região sudeste da Finlândia. Possui cerca de 40 km de trilhos, de fácil acessibilidade, onde é possível um contacto muito próximo com a natureza, num ambiente de enorme beleza.
Optamos pelo trilho mais procurado, o Ketunlennki, com 3,5 km de extensão. Trata-se de um percurso circular, em torno do lago Kapiavesi, com duas passagens sobre a água: a ponte suspensa de Lapinsalmi e o pequeno ferry Ketunlossi, uma jangada de madeira operada manualmente. O trilho é absolutamente deslumbrante, bem sinalizado e repleto de pontos de vista sobre o lago e floresta intocada. São comuns, também, os locais para acampar e realizar fogueiras controladas. Há, inclusive, madeira disponível para o efeito, bem como várias ferramentas para o corte da mesma. A travessia na jangada foi um momento muito divertido, e a caminhada amplamente apreciada por todos!
Depois do almoço, seguiu-se a viagem até Porvoo, já bem perto da capital, na costa sul do país. Porvoo é uma cidade medieval, a segunda mais antiga da Finlândia, muito procurada pela sua beleza singular. É uma cidade bilingue, onde 2/3 da população fala finlandês e 1/3 fala sueco. A sua proximidade com Helsínquia torna-a apetecível para visitas de um dia, e não quisemos deixar de perceber o motivo de tanta "fama".
A zona histórica de Porvoo possui uma fonte ribeirinha, repleta de antigos armazéns pintados de ocre, que é, provavelmente, o local mais fotografado da Finlândia. Além disso, está repleta de casas de madeira de diversas cores, entrecortadas por estreitas ruas de calçada, bem como diversos bares, restaurantes e lojas de produtos locais. Sobranceira à cidade, a Catedral de Porvoo, da Igreja Luterana Evangélica da Finlândia é, também, um ponto de interesse histórico. Sem dúvida, um local que merece uma visita!
A visita a Porvoo acabou já bem perto do final do dia. A curta viagem até Rastila, um subúrbio na região oriental de Helsínquia, demorou apenas 30 min. Neste local existe um parque de campismo de grande dimensão, a curta distância da linha de metro que serve a capital, que é ponto estratégico de pernoita para muitos dos que pretendem visitar Helsínquia. Era o nosso caso. Chegamos sem reserva, para tomar o único lugar livre num total de 165! Reservamos duas noites. Foi o nosso dia de sorte!!
Dia 12. Helsínquia; Suomenlinna; Praia de Rastilla
Bem cedo pela manhã viajamos até ao centro de Helsínquia, de metro. A linha é bastante fácil, praticamente sempre a direito, por isso não há grandes dificuldades na sua utilização. O preço também é bastante acessível, tendo em conta a realidade do país. Chegados ao centro, dirigimo-nos a Kauppatori, a praça do mercado, onde haveríamos de apanhar um ferry rumo a Suomenlinna. Aqui tivemos o primeiro choque com a realidade turística das capitais, com milhares de turistas um pouco por todo o lado.
Suomenlinna é outro dos locais inscrito como Património da Humanidade da UNESCO. Visitamos 4 dos 7 locais classificados existentes no país, e este seria o último. A Fortaleza Marinha de Suomenlinna é um tesouro nacional, contruído sobre um conjunto de ilhas ao largo de Helsínquia, em meados do séc. XVIII. A construção desta fortaleza, a mando de Frederico I da Suécia, tinha como objetivo servir de proteção para um possível avanço das tropas dos czares russos. As 6 ilhas, onde as várias estruturas foram construídas, formavam um sistema de defesa bastante elaborado, agregado por uma muralha de granito com cerca de 7,5 km de extensão. A fortaleza passou para as mãos da Rússia em 1807, durante a Guerra Finlandesa, sendo depois devolvida aquando da declaração da independência do país, em 1917.
Suomenlinna é um local de visita obrigatória. É um local com vários motivos de interesse histórico, com vários museus no interior das suas muralhas, e com muitos recantos, túneis e praças para percorrer. Tanto que não é possível visitar tudo em apenas um dia. É, ainda, uma área habitada, sendo o acesso à zona residencial vedado a visitantes. A visita a Suomenlinna implica muita caminhada, mas é altamente recompensadora, nomeadamente pelas perspetivas fantásticas sobre a capital e o Mar Báltico.
De volta a Helsínquia, visitamos alguns locais de maior relevo, como a praça do mercado, repleta de opções gastronómicas, a espetacular Catedral de Uspenski (o centro da Igreja Ortodoxa da Finlândia), a Praça do Senado e a majestosa Catedral de Helsínquia, cuja dimensão impressiona!
Depois da visita a Helsínquia, e de um almoço muito tardio, quisemos experimentar a praia pública de Rastila, praticamente ao lado do camping. Foi um final de dia fantástico, com saltos incontáveis para água e longos momentos de descontração em família!
Dia 13. Turku
178 km separam Rastila de Turku. Havíamos reservado dois dias para visitar esta cidade, a terceira maior da Finlândia, e a mais antiga do país, fundada no século XIII. Turku está localizada junto à foz do rio Aura, sendo atravessada por ele. É um destino rico em arte e cultura, também procurado pela vasta oferta gastronómica.
Estacionamos a autocaravana junto à foz do rio, a escassos metros do porto de passageiros e do Castelo de Turku, com o objetivo de percorrermos a margem do rio até à Catedral de Turku. Dada a distância que separa estes dois pontos da cidade, cerca de 3,2 km, optamos por visitar o Castelo de Turku apenas pelo exterior e, daí, seguir rumo a outro tipo de atrações ao longo da margem do Aura. A primeira dessas atrações foi o Forum Marinum, um museu marítimo ao ar livre, que reúne uma coleção invejável de barcos e navios de várias tipologias, desde pequenas embarcações anfíbias até enormes e elegantes veleiros.
Um pouco mais à frente encontramos uma embarcação inusitada. Trata-se do pequeno Föri, o veículo mais antigo ainda em circulação na Finlândia. O Föri é uma pequena balsa, construída em 1903, guiada por cabo, que assegura um serviço contínuo, e gratuito, de transporte de pessoas de uma margem para a outra do rio. É uma das imagens de marca de Turku que, naturalmente, experimentamos. A viagem demora, apenas, 90 segundos.
Depois desta curiosa travessia, continuamos em direção à Catedral de Turku, agora do outro lado da margem do Aura. O rio é um elemento marcante da cidade, assim como os vários barcos restaurante atracados nas suas margens. É uma cidade bem mais calma que Helsínquia, mas com um fluxo de pessoas constante e considerável, nomeadamente na Praça Velha, junto à catedral. A proximidade com a Universidade de Åbo ajuda a explicar, em parte, a azáfama. A Catedral de Turku é a sede da Igreja Evangélica Luterana da Finlândia e, também, o edifício religioso mais importante do país. Chegamos já quase na hora de encerramento de portas, mas ainda foi possível conhecer o seu belíssimo interior.
De regresso "a casa", analisamos algumas alternativas para pernoitar fora da cidade. A escolha recaiu em Paimio, a 27 km de distância, concretamente em Hiekkahelmi, local remoto no interior da floresta, dotado de uma praia fabulosa e trilhos de BTT. Foi mais uma noite de absoluta tranquilidade. Aparcamos no pequeno parque de estacionamento de apoio à praia e aí permanecemos, na companhia de outro autocaravanista.
Dia 14. Praia de Hiekkahelmi (Paimio); Turku; Hyvinkää
O último dia foi memorável! O sol matinal estava convidativo a banhos e, naturalmente, não quisemos perder mais esta oportunidade. O cenário era idílico - um pequeno lago rodeado de floresta, areal extenso e imaculado, plataforma para mergulhos e demais condições para os banhistas. Deixou saudades!!
Deixamos o local depois do almoço. Havia, porém, uma pequena "pedra no sapato" relativamente a Turku. Queríamos voltar à cidade, desta feita para conhece-la de outro ponto de vista, ou seja, a partir do rio. Arriscamos uma aproximação ao centro, felizmente com sucesso, pois nem sempre é fácil arranjar espaço para um veículo de quase 7,5 metros. Conseguimos um lugar de estacionamento praticamente ao lado do Lana Bar & Café e, nesse estabelecimento, alugamos uma barco elétrico para uma viagem de 2 horas pelo Aura. Após uns momentos iniciais algo caricatos, de habituação à condução do barco, percorremos toda a extensão navegável do rio, para depois invertemos o sentido de marcha e regressarmos ao local de partida. Foram duas horas de navegação muito tranquila, de relaxamento, aproveitando o sol e as belas perspetivas da frente ribeirinha de Turku.
Dia 15. Regresso a casa
Entregamos a autocaravana por volta das 9h30, com o tanque de combustível atestado, todos os despejos efetuados e interior rigorosamente limpo. Seguiu-se um curto transfere até à estação de comboios e a viagem até ao aeroporto de Helsínquia. Daí até ao Porto foram cinco horas nos céus, repartidas por dois voos e uma escala em Amesterdão.
E assim chega ao fim o relato de mais uma grande aventura vivida em família, num país cheio de história e belas paisagens, onde nos sentimos sempre muito confortáveis e seguros. Voltamos com muitas memórias e com vontade de, um dia, regressar! Nähdään pian, Suomi!
Algumas considerações:
- A Finlândia é um país extremamente seguro e tranquilo para viajar. A baixa densidade populacional torna-a ideal para road trips.
- A língua é um enorme obstáculo. A primeira ida às compras pode ser muito demorada, em virtude da barreira linguística. No entanto, quase todos os finlandeses falam inglês de forma fluente, o que facilita bastante a comunicação.
- O custo de vida é bastante elevado. O preço dos alimentos é, regra geral, apenas um pouco mais alto que em Portugal, mas os serviços são bastante caros. Os combustíveis são dos mais caros da Europa.
- A entrada nos museus e monumentos é bastante acessível. As crianças, por norma, têm entrada gratuita ou a preços simbólicos, desde que acompanhados pelos pais.
- O país é enorme e obriga a fazer escolhas, sobretudo quando os dias de visita são limitados. Na altura de planear uma viagem é necessário ter em consideração que a circulação, em grande parte das estradas do país, é lenta, para os padrões a que estamos habituados, não pela condição das estradas, que é muito razoável, mas pelos limites de velocidade impostos e, ferozmente, controlados. Os radares estão presentes em todo o lado, literalmente!
- O uso de dinheiro físico está a cair em desuso e a utilização de pagamento com cartão, ou outros meios digitais, é fortemente encorajada. Os postos de abastecimento, por exemplo, apenas aceitam pagamento com cartão. É importante viajar munido de um cartão de crédito, preferencialmente isento de taxas, para as mais diversos pagamentos.
- Os Finlandeses são pouco efusivos. Os locais de uso comum são, habitualmente, bastante sossegados, o que contrasta com a nossa natureza mais "ruidosa", típica de um povo do sul da Europa.
- O culto da sauna é uma verdadeira imagem de marca da Finlândia. Para apreciadores, é algo a não perder!