O segundo dia na Ilha Terceira revelou-se intenso e cheio de boas experiências. Começamos, bem cedo, por percorrer a costa em direcção à cidade e concelho de Praia da Vitória. A primeira paragem aconteceu em Porto Martins, junto às piscinas naturais.
Embora convidativas, decidimos continuar a explorar a ilha e deixar os mergulhos para mais tarde.
Depois de uma breve passagem pelo centro da Praia da Vitória, iniciamos a subida da Serra do Cume, para do alto dos seus 545 metros contemplarmos aquela que é uma das paisagens mais distintas e marcantes da Ilha Terceira. Para além do imenso mosaico agrícola, conhecido como manta de retalhos, é possível observar várias formações daquele que é o mais antigo complexo vulcânico dos Açores, o Vulcão dos Cinco Picos, um estratovulcão de grandes dimensões. A Serra do Cume a a Serra da Ribeirinha são os bordos visíveis desta caldeira de colapso, onde abundam cones de escórias de idade mais recente. Também é possível observar o Vulcão Guilherme Moniz, na vertente nascente da Serra do Cume.
O calor começava a apertar e, por isso, decidimos regressar a Porto Martins, para os nossos primeiros mergulhos a sério no Atlântico. Trata-se de um complexo vigiado, com um pequeno areal, uma zona de banhos protegida da ondulação (ideal para crianças) e outra onde é possível nadar em mar "aberto". Por aqui ficamos, até ao final da manhã.
Regressamos à Ribeirinha, para o almoço, e pelo caminho fomos registando algumas das paisagens mais representativas da Ilha Terceira, como o imenso mar azul e o rendilhado tradicional das áreas de cultivo.
Após o almoço fomos visitar um dos mais espectaculares fenómenos naturais da Ilha Terceira, o Algar do Carvão. Durante a viagem até ao Algar do Carvão fizemos uma breve paragem para contemplar a caldeira Guilherme Moniz, a maior dos Açores, com cerca de 15 km de diâmetro. Inserida numa área protegida por lei, esta caldeira encontra-se parcialmente coberta por extensas áreas de vegetação endémica (e por isso única no mundo) e encerra, debaixo das escoadas lávicas da erupção do Algar do Carvão, o maior reservatório de água da ilha.
A escassos minutos da caldeira Guilherme Moniz encontramos o Algar do Carvão. Trata-se de uma chaminé do maciço do Pico do Carvão, um vulcão do tipo estromboliano, cuja origem está associada à actividade do vulcão Pico Alto. O acesso ao local é bastante fácil e a entrada na chaminé é feita através da casa de apoio ao Algar, um pequeno edifício de pedra basáltica perfeitamente integrado numa área de vegetação luxuriante.
O Algar é um verdadeiro fenómeno! É uma imensa estrutura, com cerca de 90 metros de profundidade e uma abertura superior (cratera) de 15x20 metros. As paredes internas do Algar apresentam uma paleta de cores indescritível, onde predominam o ferro e a sílica, e formações verdadeiramente únicas, nomeadamente estalactites e estalagmites de sílica amorfa, de tom branco e veios férreos, em resultado da infiltração da água e natural dissolução dos minerais promovida por esta. No fundo do Algar existe uma pequena lagoa, alimentada pela água da chuva. Absolutamente belo e espectacular!! A circulação pelo interior fresco e húmido do Algar é relativamente fácil, mas requer descer e subir muitos degraus.
Havíamos adquirido um bilhete combinado para visitar o Algar do Carvão e outra estrutura de enorme interesse, a Gruta do Natal. Este tubo de lava, parte integrante da área protegida da Serra de Santa Bárbara e Mistérios Negros, é uma estrutura com 697 metros de extensão onde podem observar-se escorrências de diferentes tipos de lava, estafilites e pequenos balcões laterais. Mais um verdadeiro monumento natural de enorme beleza, a não perder.
À saída da Gruta do Natal encontramos, em frente, uma densa área arborizada, de Criptomérias, e a Lagoa do Negro, local de vital importância para cerca de 150 espécies de aves. Juntamente com a Gruta do Natal, a Lagoa do Negro constitui um importante vestígio da actividade vulcânica, nomeadamente das escorrências lávicas do vulcão que originou a Serra de Santa Bárbara.
Após uma breve paragem, para repor energias, seguimos em direcção às Furnas do Enxofre, uma vasta área de vulcanismo secundário situada na vertente sul do vulcão do Pico Alto. Existe um percurso bem delimitado e sinalizado que permite observar de perto as diversas fumarolas existentes, bem como a deposição de argilas e cristais de cores diversas, sendo o enxofre o elemento mais abundante. Também encontramos, nesta região, várias espécies de plantas endémicas de elevada importância. O odor característico do sulfureto de hidrogénio faz-se sentir de forma quase permanente, bem como a elevada temperatura de algumas fumarolas, tal a pujança com que os gases são emanados.
Para o final do dia estava reservado um momento de diversão e relaxamento. Dirigimo-nos mais para norte, em direcção à freguesia de Biscoitos, famosa pela produção do vinho Verdelho, cultivado entre curraletas de pedra, e pelo clima muito próprio, semelhante ao de uma fajã. Parcialmente coberta por basalto, a localidade de Biscoitos é também famosa pela qualidade das suas piscinas naturais, que aqui atraem muitos veraneantes.
Deixamo-nos levar pelo tempo e aqui ficamos até ao pôr-do-sol, a gozar a excelente temperatura do mar, por entre saltos e mais saltos!! No final ficou a promessa de regressarmos a Biscoitos, no dia seguinte, para um banho mais demorado.
O regresso a casa aconteceu já depois das 21 horas e, atendendo ao adiantar da hora, decidimos fazer um desvio até Angra do Heroísmo para jantar. O repasto, delicioso, no Dona Pizza, foi a melhor forma de terminar um dia memorável!
Piscinas naturais de Porto Martins. |
Embora convidativas, decidimos continuar a explorar a ilha e deixar os mergulhos para mais tarde.
Depois de uma breve passagem pelo centro da Praia da Vitória, iniciamos a subida da Serra do Cume, para do alto dos seus 545 metros contemplarmos aquela que é uma das paisagens mais distintas e marcantes da Ilha Terceira. Para além do imenso mosaico agrícola, conhecido como manta de retalhos, é possível observar várias formações daquele que é o mais antigo complexo vulcânico dos Açores, o Vulcão dos Cinco Picos, um estratovulcão de grandes dimensões. A Serra do Cume a a Serra da Ribeirinha são os bordos visíveis desta caldeira de colapso, onde abundam cones de escórias de idade mais recente. Também é possível observar o Vulcão Guilherme Moniz, na vertente nascente da Serra do Cume.
Miradouro da Serra do Cume. |
Vista sobre Praia da Vitória e a freguesia das Lajes. |
O calor começava a apertar e, por isso, decidimos regressar a Porto Martins, para os nossos primeiros mergulhos a sério no Atlântico. Trata-se de um complexo vigiado, com um pequeno areal, uma zona de banhos protegida da ondulação (ideal para crianças) e outra onde é possível nadar em mar "aberto". Por aqui ficamos, até ao final da manhã.
Regressamos à Ribeirinha, para o almoço, e pelo caminho fomos registando algumas das paisagens mais representativas da Ilha Terceira, como o imenso mar azul e o rendilhado tradicional das áreas de cultivo.
Ilhéus das Cabras. |
Após o almoço fomos visitar um dos mais espectaculares fenómenos naturais da Ilha Terceira, o Algar do Carvão. Durante a viagem até ao Algar do Carvão fizemos uma breve paragem para contemplar a caldeira Guilherme Moniz, a maior dos Açores, com cerca de 15 km de diâmetro. Inserida numa área protegida por lei, esta caldeira encontra-se parcialmente coberta por extensas áreas de vegetação endémica (e por isso única no mundo) e encerra, debaixo das escoadas lávicas da erupção do Algar do Carvão, o maior reservatório de água da ilha.
Caldeira Guilherme Moniz, densamente preenchida por vegetação endémica. |
A escassos minutos da caldeira Guilherme Moniz encontramos o Algar do Carvão. Trata-se de uma chaminé do maciço do Pico do Carvão, um vulcão do tipo estromboliano, cuja origem está associada à actividade do vulcão Pico Alto. O acesso ao local é bastante fácil e a entrada na chaminé é feita através da casa de apoio ao Algar, um pequeno edifício de pedra basáltica perfeitamente integrado numa área de vegetação luxuriante.
O Algar é um verdadeiro fenómeno! É uma imensa estrutura, com cerca de 90 metros de profundidade e uma abertura superior (cratera) de 15x20 metros. As paredes internas do Algar apresentam uma paleta de cores indescritível, onde predominam o ferro e a sílica, e formações verdadeiramente únicas, nomeadamente estalactites e estalagmites de sílica amorfa, de tom branco e veios férreos, em resultado da infiltração da água e natural dissolução dos minerais promovida por esta. No fundo do Algar existe uma pequena lagoa, alimentada pela água da chuva. Absolutamente belo e espectacular!! A circulação pelo interior fresco e húmido do Algar é relativamente fácil, mas requer descer e subir muitos degraus.
A entrada no Algar do Carvão é feita atravessando um túnel que desemboca directamente na parte cimeira da chaminé. |
Estalactites de sílica amorfa. |
Lagoa no fundo do Algar, preenchida por água da chuva. |
Durante a subida, até à saída, é possível obter uma perspectiva fantástica da chaminé. |
Havíamos adquirido um bilhete combinado para visitar o Algar do Carvão e outra estrutura de enorme interesse, a Gruta do Natal. Este tubo de lava, parte integrante da área protegida da Serra de Santa Bárbara e Mistérios Negros, é uma estrutura com 697 metros de extensão onde podem observar-se escorrências de diferentes tipos de lava, estafilites e pequenos balcões laterais. Mais um verdadeiro monumento natural de enorme beleza, a não perder.
Gruta do Natal. |
Basalto, ao pormenor. |
A circulação no interior do tubo de lava requer bastante atenção e obriga a uso de capacete de
protecção, fornecido à entrada. O pavimento encontra-se em estado natural e é bastante acidentado.
O uso de calçado fechado é quase obrigatório, pelo risco de cortes na rocha afiada.
À saída da Gruta do Natal encontramos, em frente, uma densa área arborizada, de Criptomérias, e a Lagoa do Negro, local de vital importância para cerca de 150 espécies de aves. Juntamente com a Gruta do Natal, a Lagoa do Negro constitui um importante vestígio da actividade vulcânica, nomeadamente das escorrências lávicas do vulcão que originou a Serra de Santa Bárbara.
Lagoa do Negro. |
Após uma breve paragem, para repor energias, seguimos em direcção às Furnas do Enxofre, uma vasta área de vulcanismo secundário situada na vertente sul do vulcão do Pico Alto. Existe um percurso bem delimitado e sinalizado que permite observar de perto as diversas fumarolas existentes, bem como a deposição de argilas e cristais de cores diversas, sendo o enxofre o elemento mais abundante. Também encontramos, nesta região, várias espécies de plantas endémicas de elevada importância. O odor característico do sulfureto de hidrogénio faz-se sentir de forma quase permanente, bem como a elevada temperatura de algumas fumarolas, tal a pujança com que os gases são emanados.
Furnas do Enxofre. |
Para o final do dia estava reservado um momento de diversão e relaxamento. Dirigimo-nos mais para norte, em direcção à freguesia de Biscoitos, famosa pela produção do vinho Verdelho, cultivado entre curraletas de pedra, e pelo clima muito próprio, semelhante ao de uma fajã. Parcialmente coberta por basalto, a localidade de Biscoitos é também famosa pela qualidade das suas piscinas naturais, que aqui atraem muitos veraneantes.
As piscinas naturais dos Biscoitos são um dos locais mais famosos da Terceira. |
Os Biscoitos fazem as delícias dos miúdos... |
... e dos graúdos!! |
Deixamo-nos levar pelo tempo e aqui ficamos até ao pôr-do-sol, a gozar a excelente temperatura do mar, por entre saltos e mais saltos!! No final ficou a promessa de regressarmos a Biscoitos, no dia seguinte, para um banho mais demorado.
O regresso a casa aconteceu já depois das 21 horas e, atendendo ao adiantar da hora, decidimos fazer um desvio até Angra do Heroísmo para jantar. O repasto, delicioso, no Dona Pizza, foi a melhor forma de terminar um dia memorável!
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