segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Açores - Ilha Terceira (3ºdia)

Angra do Heroísmo.


























O terceiro dia ficou ligeiramente condicionado pelo segundo jogo da nossa selecção de futebol no campeonato do mundo da Rússia. Com o Portugal-Marrocos agendado para as 12 horas locais não quisemos afastar-nos demasiado, pois era nossa intenção ver o jogo, tranquilamente, em casa. 

Assim, reservamos o período da manhã para uma visita à Fajã da Alagoa, uma antiga baía no norte da ilha delimitada por uma praia de calhaus rolados e arribas fósseis, onde sobressai o Biscoito das Calmeiras.


Esta estrutura é o vestígio de uma escoada traquítica, proveniente do Pico Alto, que desceu a encosta do vulcão e deu origem a um promontório. No local existem diversos miradouros com vistas panorâmicas sobre a costa norte da ilha e sobre as arribas, sendo possível observar o  interessante e belo fenómeno de disjunção colunar. 







Depois de um almoço pleno de agitação e emoções fortes, com a vitória tangencial da nossa Selecção Nacional, arrancámos em direcção à Serra de Santa Bárbara, contornando a ilha pelo sul. Ao longo do trajecto sucedem-se pequenas localidades e comunidades, bem como os tradicionais Impérios do Espírito Santo, omnipresentes em todo e qualquer recanto dos Açores, mas que aqui adquirem uma expressão significativa.

Em poucos minutos chegamos a Cinco Ribeiras, o primeiro local de paragem obrigatória da tarde, onde encontrámos o tradicional e famoso Queijo Vaquinha. Trata-se de uma pequena fábrica de queijo de cariz familiar, onde é possível assistir ao processo de fabrico do queijo e degustar as variedades aí produzidas. Ao balcão é possível, ainda, adquirir iogurtes da marca Queijo Vaquinha e outros produtos típicos dos Açores, como o pão lêvedo, vendido simples ou recheado com deliciosas fatias de queijo. Impossível resistir!!!





Continuamos a nossa viagem, com o objectivo de subirmos ao ponto mais alto da ilha. A subida ao topo da Serra de Santa Bárbara é gloriosa, por entre pastos intermináveis, denso arvoredo e paisagens incríveis. O maciço ocupa a zona oeste da ilha e corresponde a um estratovulcão activo, apresentando uma altitude máxima de 1021 metros.





A aproximação ao cume trouxe consigo algum nevoeiro, que aqui e ali nos privou de algumas perspectivas sobre a ilha, mas foi lá bem no topo que decidimos "atacar" os víveres que havíamos adquirido pouco tempo antes. Um lanche 100% made in Queijo Vaquinha! Aqui é possível observar a paisagem natural da floresta-de-nuvens dos Açores e sua enorme variedade de plantas endémicas raras. Os charcos temporários (charnecas macaronésicas endémicas) e os prados naturais são outros motivos de interesse para quem visita este local.




Descemos a serra e continuamos para oeste, até à freguesia da Serreta. Aí, no topo da falésia conhecida como Ponta do Queimado, encontrámos o Farol da Ponta da Serreta. Edificado em 1907, com uma torre de 11 metros de altura, foi demolido em 1983, depois de ter ficado seriamente danificado pelo sismo de 1980. Actualmente existe uma moderna torre em fibra de vidro, com alcance de 12 milhas náuticas.





A Ponta da Serreta teve a sua origem nas últimas fases eruptivas do aparelho vulcânico da Serra de Santa Bárbara. O esporão que hoje observamos, constituído por matéria vulcânica projectada em direcção ao mar, tem cerca de 600 metros de comprimento e 400 metros de largura e é um dos locais de nidificação de uma das mais emblemáticas aves marinhas do Açores, o Cagarro (Calonectris borealis).



Foi aqui, ao largo da Ponta da Serreta, que ocorreu a mais recente erupção vulcânica no arquipélago dos Açores. A 10 km da costa, a profundidades entre os 300 e os 800 metros, a Crista Submarina da Serreta originou um tipo de produto vulcânico desconhecido até então, os balões de lava, que hoje são referidos internacionalmente em bibliografia da especialidade. 

As piscinas naturais dos Biscoitos distavam apenas alguns quilómetros deste local. Com o calor intenso que se fazia sentir não conseguimos imaginar um lugar mais oportuno para retemperar energias e "gastar" as últimas horas na ilha.





Para além dos banhos, houve tempo, ainda, para provar alguns doces tradicionais, como as Donas Amélias, um doce conventual típico da Terceira. Foi um final de tarde maravilhoso!



De volta a Angra do Heroísmo, subimos ao Alto da Memória, um obelisco edificado no topo dos Jardim Duque da Terceira, em homenagem à passagem de Pedro IV pela Ilha Terceira aquando da Guerra Civil Portuguesa. Daqui é possível obter uma perspectiva espectacular sobre a cidade de Angra do Heroísmo e Monte Brasil, bem como toda a zona envolvente.






Seguiu-se um breve passeio pelo centro histórico, antes de terminarmos o dia numa famosa cadeia de fast food internacional. Afinal, as férias são para isso mesmo! Foi o fim da nossa aventura na Ilha Terceira. Flores, aqui vamos nós!! 

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