Aterramos nas Flores ao final da manhã, com chuva. A viagem fora tranquila, com vistas espectaculares sobre as ilhas do grupo central e o imenso Atlântico. Tratamos das formalidades junto do rent-a-car e iniciamos a nossa jornada, naquele que é o ponto mais ocidental da Europa. Dado o adiantar da hora, aproveitamos para almoçar na Lanchonete Orquídea, um pequeno oásis em Santa Cruz, onde a oferta de restauração é mesmo muito reduzida!
Entre o mar e a pista de aterragem do aeroporto, eis Santa Cruz das Flores! |
Findo o repasto, iniciamos a viagem até à localidade de Fajã Grande, situada na parte ocidental da ilha, onde ficamos alojados. A viagem, de aproximadamente 20 km, é absolutamente deliciosa. No miradouro do Pico da Casinha, a escassos minutos de Santa Cruz, conseguimos ter uma vista privilegiada sobre a região central da ilha, predominantemente montanhosa.
Miradouro do Pico da Casinha. |
Continuamos a subida até ao maciço central, onde pontificam alguns dos elementos mais característicos desta ilha açoriana. São inúmeras as lagoas de origem vulcânica aqui presentes, bem como as placas na estrada que nos impelem a visitá-las. Seguimos até à Fajã Grande, para nos instalarmos. O inicio da descida leva-nos até ao miradouro Craveiro Lopes e a uma das mais dramáticas e belas imagens das Flores. As imagens falam por si...
A Fajã Grande é uma das maiores freguesias do concelho das Lajes das Flores. São cerca de 200 os habitantes que vivem no sopé das falésias da costa oeste da ilha, divididos entre os lugares de Fajã Grande, Fajãzinha e Cuada. Delimitada pelo imenso oceano azul e pelo verde exuberante da enorme falésia, que atinge os 600 metros no seu ponto mais alto, a Fajã Grande é um local de enorme beleza, paz e tranquilidade. Açores ao mais alto nível!!!
Ficamos alojados na Casa da Cascata do Ferreiro, uma excelente propriedade situada em meio rural, com uma vista idílica para o mar, falésia e a poucos metros da belíssima queda de água do Poço do Bacalhau.
Uma vez efectuado o check-in no alojamento decidimos fazer uma breve incursão pelas ruas da Fajã Grande. A escassos metros da propriedade existe uma área de lazer bem cuidada, contígua à zona balnear da fajã, e um merendário. Aí tem início uma rua marginal, que atravessa toda a frente marítima da freguesia, sobre escoadas basálticas, que serve de acesso às piscinas naturais de Salema; no extremo oposto, sobranceira ao mar, encontramos a Ermida da Ponta da Fajã Grande.
Piscinas naturais de Salema. |
Ermida da Ponta da Fajã Grande. |
O calor era intenso e o azul do mar irresistível, pelo que foi com naturalidade que decidimos dispensar um bom par de horas para uns mergulhos no Atlântico. A temperatura da água é maravilhosa e a vista para as falésias e escarpas inesquecível! É um daqueles momentos em que parece estarmos a viver um sonho!!!
O movimento nas ruas é escasso, quase inexistente, nesta altura do ano. Ficamos estarrecidos quando entramos no único mini mercado da Fajã Grande e verificamos a quase total inexistência de stocks! O isolamento é real e quase palpável. Viver no paraíso tem o seu preço!
Decidimos voltar a Santa Cruz das Flores, para comprar alguns víveres. Durante a subida efectuamos um pequeno desvio em direcção ao Miradouro do Portal, que nos presenteou com uma vista soberba sobre a Fajãzinha.
Fajãzinha. |
As zonas urbana, comercial e histórica de Santa Cruz das Flores ocupam toda a área a este da pista de aterragem do aeroporto e é aí que encontramos a maior parte dos serviços e lojas. O nosso propósito seria o centro comercial Flor Atlântico, onde compramos alguns mantimentos.
Centro comercial Flor Atlântico, Santa Cruz das Flores. |
No regresso à Fajã Grande, já com o sol a esconder-se no horizonte, ainda conseguimos avistar a Lagoa da Lomba e a Lagoa Funda, dois monumentos naturais de grande beleza. A descida até à Fajã Grande, a segunda do dia, foi, uma vez mais, épica. A paisagem é verdadeiramente impressionante e o sol de final de tarde ajudou a dar um colorido lindíssimo às falésias verdejantes.
Para o final do dia estava reservado um espectáculo único, mágico e muito ruidoso. Depois de um dia passado no mar, os cagarros (Calonectris Borealis), a mais conhecida e abundante ave marinha dos Açores, regressam a terra, fazendo voos a baixa altitude e emitindo uma sonoridade inacreditável! É um espectáculo sonoro que dura horas, noite dentro. O som é característico e impossível de esquecer!!
Lagoa da Lomba. |
Lagoa Funda. |
Para o final do dia estava reservado um espectáculo único, mágico e muito ruidoso. Depois de um dia passado no mar, os cagarros (Calonectris Borealis), a mais conhecida e abundante ave marinha dos Açores, regressam a terra, fazendo voos a baixa altitude e emitindo uma sonoridade inacreditável! É um espectáculo sonoro que dura horas, noite dentro. O som é característico e impossível de esquecer!!
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